sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Então ela deixou o coração de molho por três dias. Depois disso ela o lavou bem com água e sabão. Esfregou, esfregou… Até ferir as mãozinhas. Foi quando percebeu que algumas manchas não saem nunca mais.

— Vanessa Leonardi


terça-feira, 4 de outubro de 2011

É isso, sei lá, mas acho que amo você. Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de te comer no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você empurrando nossos bisnetos.
E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano.

Eu não vou mais lhe pedir para ficar. Fique se puder. Fique se amar. Fique se o meu amor bastar.